Santo
Apolinário viveu entre o final do século I e o século II. Está, portanto, entre
os primeiros evangelizadores cristãos. Não existem muitos relatos que o
descrevam na nossa história.
São
Pedro Crisólogo, em seus sermões, se refere a santo Apolinário como primeiro
bispo de Ravena e como mártir. Consta que ele teria nascido em Antioquia,
Converteu-se em Roma, após ouvir os testemunhos de São Pedro. O próprio Pedro o
enviou para pregar aos pagãos em terras ao norte do Império Romano. Essa
história faz parte também da arte de Ravena, a capital do Império Bizantino no
Ocidente, no período dos séculos I e II. Existem na cidade duas igrejas
dedicadas ao santo, contendo mosaicos antigos, onde figura Santo Apolinário.
A
sua obra de evangelização transcorreu em ambiente repleto de imensas
dificuldades, pois na época se cultuavam diversos ídolos pagãos. Apolinário
empenhou sua vida nesse apostolado. Embora representado no mosaico da cidade,
sereno e tranqüilo, na realidade era um homem de vida dura, combativa e
atuante.
Pregou
o evangelho em Bolonha, de onde foi banido, vindo a naufragar no litoral da
Dalmácia. Ele voltou para pregar, foi novamente preso e expulso. Isso aconteceu
três vezes. Na quarta vez, o imperador Vespasiano promulgou um decreto de banimento
contra os cristãos, obrigando Apolinário a viver na clandestinidade.
Ele
é considerado mártir em função do suplicio de um longo episcopado vivido todo
ele em grande e intenso sofrimento, com profunda dedicação. Não viu o resultado de sua obra, que só
se revelou após a sua morte. A população da nova capital do Império Romano
tornou-se exclusivamente cristã, reforçando suas raízes no próprio culto de seu
primeiro bispo, considerado por eles um exemplo de santidade.
Apolinário
morreu como mártir da fé no dia 23 de julho, durante as primeiras perseguições
impostas contra os cristãos. Entretanto não se encontrou nenhuma referência
indicando o ano e a localidade. Suas relíquias, encontradas nas catacumbas,
foram enviadas para a catedral de santo Apolinário, em Ravena, na Itália. A
tradicional festa de Santo Apolinário, Padroeiro de Ravena, em 23 de julho, foi
mantida pela Igreja.
Em Roma, a Basílica
de Santo Apolinário é uma das basílicas menores, cuja origem remonta aos tempos
do papa Honório I. Há quem diga que a dedicação a Santo Apolinário de Ravena
foi por causa da influência bizantina na cidade. A igreja foi construída pouco
a pouco e concluída por vontade do Papa Bento XIV, entre 1741 e 1748. Contém
apenas uma nave central com três capelas de cada lado e o presbitério. É famoso
o afresco de Stefano Pozzi retratando a Glória da S. Apolinário.
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