Brígida,
ou Brigite, nasceu princesa, em 1303, no castelo de Finstad, na Suécia.
Descendia de uma casa real muito pia, que forneceu à Igreja muitos santos e que
se dedicava a construir mosteiros, igrejas e hospitais com a própria fortuna.
Além de manter muitas obras de caridade para a população pobre, Brígida, desde
a infância, tinha o dom das revelações divinas, todas anotadas por ela no seu
idioma sueco. Depois, as descrições foram traduzidas para o latim e somaram
oito grandes volumes, que ainda hoje são fonte de consulta para historiadores,
teólogos e fiéis cristãos.
Aos
dezoito anos, ela se casou com o nobre Ulf Gudmarsson, um homem cristão e muito
piedoso. O casal teve oito filhos, dentre os quais a filha venerada como Santa
Catarina da Suécia. Era com rigor que eles cuidavam da educação religiosa e
acadêmica dos filhos, sempre no caminho para a santificação em Cristo. Durante
um longo período, Brígida foi dama de companhia da rainha Bianca, de Namur, por
isso frequentava sempre as cortes luxuosas. Mas não se corrompeu neste ambiente
de riquezas frívolas, ao contrário, manteve-se fiel aos ensinamentos cristãos,
perseverando seu espírito na dignidade e na caridade da fé.
Após
a morte de um dos seus filhos, o casal resolveu fazer uma peregrinação ao
santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. No retorno, Ulf caiu
gravemente enfermo. Brígida, em sonho, teve uma revelação de são Dionísio, que lhe
disse que o marido não morreria. De fato ele ficou curado, mas logo em seguida
ingressou no mosteiro de Alvastra, onde vivia um dos seus filhos, e lá morreu,
em 1344.
Viúva,
Brígida decidiu retirar-se definitivamente para a vida monástica, para realizar
um velho projeto, a fundação de um mosteiro duplo, de homens e mulheres, que
deu origem à Ordem do Santo Salvador, sob as regras de santo Agostinho,
passando, então, a viver nele. Quando obteve aprovação canônica, a fundadora
transferiu-se para Roma.
Ali
viveu por 24 anos, trabalhando pela reforma dos costumes e a volta do papa de
Avignon. Com o apoio do rei da Suécia, construiu e instaurou setenta e oito
mosteiros por toda a Europa. Ela morreu em 23 de julho de 1373, durante uma
romaria à Terra Santa.
Canonizada em 1391,
apenas dezoito anos após sua morte, Santa Brígida já tinha um culto muito
vigoroso em todo o mundo cristão da Europa, sendo celebrada no dia de sua
morte. O local onde residia em Roma foi transformado em uma belíssima igreja
dedicada a ela, na Praça Farnese.
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