Arnolfo
nasceu em Metz, na antiga Gália, atual França, no ano de 582. Era membro de uma
família cristã muito importante, que fazia parte da nobreza. Ele estudou e se
casou com uma aristocrata, com a qual teve dois filhos. Nesta época, a região
da Gália, dominada pelos francos, era dividida em diversos reinos rivais, tendo
como consequência grandes massacres familiares e corrupção.
Um
desses reinos era o da Austrásia, do rei Teodeberto II, para o qual Arnolfo
passou a trabalhar. Quando o rei morreu, todos os seus descendentes e
familiares foram assassinados a mando do rei dos francos, Clotário II, que
incorporou a região aos seus domínios.
Era
nesse clima que vivia Arnolfo, um homem de fé inabalável, correto e justo. O
rei Clotário II, agora soberano de um extenso território, conhecendo a fama da
conduta cristã de Arnolfo, tornou-o seu conselheiro. Confiou-lhe, também, a
educação de seu filho Dagoberto, que se formou dentro dos costumes da piedade e
do amor cristão. Tal instrução fez de Dagoberto um dos reis católicos mais
justos da história, não tendo cometido nenhuma atrocidade durante o seu
governo.
Em
614, o rei Clotário II, embora leigo, o nomeou bispo de Metz, que acumulou
todas as atribuições da Corte. Uma bela passagem ilustra bem o caráter daquele
que se tornou um dos grandes bispos do seu tempo. Temendo não ser digno do
cargo, por causa dos seus pecados, atirou seu anel no rio Mosela, dizendo:
"Senhor, se me perdoas, faze-o retornar". O anel retornou dentro do
ventre de um peixe. Essa tradição cristã ilustra bem a realidade de sua época,
onde era difícil não pecar, especialmente para quem estava no poder.
Naquele
tempo, as questões dos leigos e do celibato não tinham uma disciplina rigorosa
e uniforme dentro da Igreja, que ainda seguia evangelizando a Europa. Arnolfo
não foi o primeiro pai de família a ocupar tal posto. Como chefe daquela
diocese, participou dos concílios nacionais de Clichy e de Reims. Mais tarde,
seu filho Clodolfo tornou-se bispo e assumiu a diocese de Metz, enquanto o
outro, Ansegiso, tornou-se um dos primeiros "mestres de palácio" da
chamada Era Carolíngia.
Depois
de algum tempo, Arnolfo abandonou o bispado e o cargo na Corte para ingressar
no mosteiro fundado por seu amigo Romarico, outro que havia abandonado a Corte
e o rei. Assim, de maneira serena, Arnolfo viveu o resto de seus dias,
dedicando-se às orações, à penitência e à caridade.
Arnolfo morreu no dia
18 de julho de 641, naquele mosteiro. Assim que a notícia chegou a Metz, os
habitantes reclamaram-lhe o corpo, depositando-o na basílica que adotou, para
sempre, o seu nome.
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