Isabel de Aragão
nasceu na Espanha no ano
de 1270, no palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde
reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro III, e de D.
Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe
em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, duquesa de Turíngia. O seu
nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô
lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.
Foi
entregue em casamento a Diniz, rei de Portugal, com apenas 12 anos de idade, e
já dava testemunho de uma esposa cristã, uma mulher de oração, centrada na
Eucaristia; ajudou a propagar a grande devoção à Nossa Senhora da Conceição.
Aos
20 anos teve seu filho Afonso IV, que viveu muitos conflitos com o pai. Isabel
era mulher de caridade e reconciliadora, vivendo isso a partir de sua família.
Figura lendária, a sua bondade depressa a tornou querida dos pobres e
desfavorecidos. Desempenhou papel de relevo nas tentativas de resolução dos
desentendimentos surgidos entre o príncipe herdeiro, D. Afonso, e o rei.
Era
rainha, mas nunca esqueceu que também era irmã dos mais necessitados. Uma de
suas últimas obras de caridade talvez foi cuidar do seu próprio esposo, Dom
Diniz que tanto a fez sofrer, e que precisava dos cuidados de Isabel. Ele ficou
doente em 1324 e faleceu no ano seguinte.
Após
a morte do marido, em 1385, fixou residência em Coimbra, junto do Convento de
Santa Clara que, por sua ordem, foi reconstruído e ampliado com um hospital
para os pobres. Fundou em Leiria um recolhimento para mulheres e uma albergaria
em Odivelas e ajudou à fundação do Convento da Trindade, em Lisboa, deixando em
testamento consideráveis legados para conventos e hospitais.
A
partir de então Isabel deixou a sua condição de viver no palácio como rainha e
recebeu o hábito como franciscana Clarissa em Coimbra. Em 1336 saiu de Coimbra
e foi ao encontro de seu filho em Estremoz devido a um novo conflito familiar.
Mesmo com 66 anos e enferma conseguiu chegar. Foi acolhida e ouvida por seu
filho.
A
rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336.
Venerada como santa foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa
Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste
país, sendo invocada pelos portugueses como "a rainha santa da concórdia e
da paz".
Com a invasão
progressiva das águas do rio Mondego no convento de Santa Clara-a-Velha de
Coimbra, houve necessidade de construir um novo convento no século XVII, para
onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Isabel, que ficara submerso pelo
rio por cerca de 400 anos. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata
e cristal, mandado fazer depois da trasladação para o novo convento.
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