sábado, 4 de julho de 2015

Santa Isabel de Portugal

Isabel de Aragão nasceu na Espanha no ano de 1270, no palácio de Aljaferia, na cidade de Saragoça, onde reinava o seu avô paterno D. Jaime I. Era filha de D. Pedro III, e de D. Constança de Navarra. A princesa recebeu o nome de Isabel por desejo de sua mãe em recordação de sua tia Santa Isabel da Hungria, duquesa de Turíngia. O seu nascimento veio acabar com as discórdias na corte de Aragão, pelo que o seu avô lhe chamava “rosa da casa de Aragão”.

Foi entregue em casamento a Diniz, rei de Portugal, com apenas 12 anos de idade, e já dava testemunho de uma esposa cristã, uma mulher de oração, centrada na Eucaristia; ajudou a propagar a grande devoção à Nossa Senhora da Conceição.

Aos 20 anos teve seu filho Afonso IV, que viveu muitos conflitos com o pai. Isabel era mulher de caridade e reconciliadora, vivendo isso a partir de sua família. Figura lendária, a sua bondade depressa a tornou querida dos pobres e desfavorecidos. Desempenhou papel de relevo nas tentativas de resolução dos desentendimentos surgidos entre o príncipe herdeiro, D. Afonso, e o rei.

Era rainha, mas nunca esqueceu que também era irmã dos mais necessitados. Uma de suas últimas obras de caridade talvez foi cuidar do seu próprio esposo, Dom Diniz que tanto a fez sofrer, e que precisava dos cuidados de Isabel. Ele ficou doente em 1324 e faleceu no ano seguinte.

Após a morte do marido, em 1385, fixou residência em Coimbra, junto do Convento de Santa Clara que, por sua ordem, foi reconstruído e ampliado com um hospital para os pobres. Fundou em Leiria um recolhimento para mulheres e uma albergaria em Odivelas e ajudou à fundação do Convento da Trindade, em Lisboa, deixando em testamento consideráveis legados para conventos e hospitais.

A partir de então Isabel deixou a sua condição de viver no palácio como rainha e recebeu o hábito como franciscana Clarissa em Coimbra. Em 1336 saiu de Coimbra e foi ao encontro de seu filho em Estremoz devido a um novo conflito familiar. Mesmo com 66 anos e enferma conseguiu chegar. Foi acolhida e ouvida por seu filho.

A rainha Isabel de Portugal morreu, em Estremoz, no dia 4 de julho de 1336. Venerada como santa foi sepultada no Mosteiro de Coimbra e canonizada pelo papa Urbano VIII em 1665. Santa Isabel de Portugal foi declarada padroeira deste país, sendo invocada pelos portugueses como "a rainha santa da concórdia e da paz".

Com a invasão progressiva das águas do rio Mondego no convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra, houve necessidade de construir um novo convento no século XVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Isabel, que ficara submerso pelo rio por cerca de 400 anos. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para o novo convento.


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