Raimundo
Zanfogni voltava com sua mãe da Terra Santa quando esta morreu. Tinha 15 anos
quando retornou à sua terra natal, depois desta viagem. Ele nasceu em Piacenza,
Itália, no ano de 1140. Mais tarde, casou-se e teve cinco filhos, porém todos
morreram no mesmo ano. Nasceu então outro, Geraldo, forte e sadio, mas a esposa
adoeceu e morreu quando o menino ainda era muito pequeno. Por isso decidiu
deixar o filho com os sogros, que o educaram no seguimento de Cristo, e
tornou-se um peregrino.
Primeiro
foi a Santiago de Compostela, depois a Roma, de onde seguiu para Jerusalém e
voltou novamente para Roma. Mas aconteceu algo que o reconduziu a Piacenza.
Dizia ter recebido um aviso divino de que deveria retornar e cuidar dos pobres
de sua cidade. E ali, imediatamente, iniciou a sua obra.
Raimundo
passou a cuidar dos doentes e moribundos, num tempo em que não existia
assistência aos necessitados. Fundou uma espécie de hospedaria-albergue, onde
tratava a todos com dedicação e dignidade, enxergando em cada um deles a face
de Cristo. Como não tinha muitas posses, passou a pedir esmolas para manter
suas obras. Frequentava todos os dias as igrejas, pregava pelas ruas e fazia
procissões com seus pobres, solicitando a caridade das pessoas. Logo ele passou
a abrigar também as crianças abandonadas, que se tornaram a grande razão de sua
vida.
Além
de dar abrigo e cuidado, afeto e carinho, ele catequizava a todos na doutrina
cristã. Era um simples leigo, tinha pouca instrução, mas possuía o dom da
sabedoria e pregava com autoridade. Por isso ele tomou a iniciativa de advertir
publicamente o próprio bispo, que não se posicionava com firmeza diante dos
problemas da cidade. Na época, Piacenza e Cremona passavam por constantes
lutas, resultando em mortos inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu
solucionar o conflito.
Tornou-se
o protetor dos pobres e das vítimas dos abusos de todos os gêneros, que ele
mesmo acompanhava aos tribunais, defendendo-os na frente de juízes insensíveis
e prepotentes. As autoridades do governo, por fim, passaram a consultá-lo em
todas as questões que envolviam os pobres.
Faleceu no dia 27 de
julho de 1200, entre seus pobres, e exortando ao filho Geraldo que se tornasse
sacerdote, o que de fato ocorreu pouco tempo depois. Com fama de santidade em
vida, foi sepultado próximo à capela dos Doze Apóstolos. Logo as notícias de
graças e prodígios se espalharam pela região e a casa dos seus pobres passou a
ser chamada de Hospedaria de são Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado
em 1602, pelo papa Clemente VIII, que designou o dia de sua morte para a celebração
litúrgica.
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