Clélia
Barbieri nasceu no dia 13 de fevereiro de 1847, na vila Le Budrie, da cidade de
São João de Persiceto, na Itália. Os pais, José e Jacinta, muito religiosos,
batizaram a menina no mesmo dia do nascimento.
Recebeu
o crisma aos nove anos de idade e, sob a ação do Espírito Santo, fez da família
e da paróquia escola de vida e palavra de santidade. A primeira comunhão, dois
anos depois, deu-lhe um ânimo só atingido pelas criaturas santificadas. Em
1862, entrou para o núcleo das "operárias da doutrina cristã", no
qual sempre foi a mais dedicada e sensível à situação da Igreja, submetida, naqueles
anos, a duras provas.
Sua
existência foi breve, mas resplandecente de amor a Deus e à Virgem Maria. A
comunhão eucarística, sem dúvida alguma, foi o ponto central de toda sua
experiência mística e o carisma da sua fundação religiosa, que após a sua morte
recebeu o nome de Congregação das Irmãs Mínimas de Nossa Senhora das Dores e
foi oficialmente reconhecida pelo Vaticano.
Aos
vinte anos de idade, sob a orientação espiritual do pároco Caetano Guidi,
Clélia elaborou com as amigas Teodora, Úrsula e Violeta, um projeto de vida
consagrada a Deus. Era uma comunidade religiosa de catequistas leigas, por
causa da pouca idade. Essa pequena comunidade de religiosas, em que cada uma
delas vivia o Evangelho em suas próprias casas, parecia, à primeira vista,
insignificante, mas não era.
De
um modo singular e simples, a minúscula congregação foi verdadeiramente
exemplar. Reduzidas à essência do Evangelho, na Paixão de Cristo e na comunhão
eucarística, essas pequenas discípulas de Jesus puderam sintetizar as mais
variadas experiências de vida: contemplativa, apostólica, caritativa, e, por
fim, eremítica. Tanto foi verdade que, pela presença incansável junto aos
pequenos, pobres, doentes e marginalizados, Clélia e suas companheiras
receberam o apelidado de "madre".
Clélia
Barbieri, com apenas vinte e três anos de idade, morreu em 13 de julho de 1870,
na sua cidade natal, vitimada pela tuberculose. Porém, mesmo agonizante,
mantinha uma alegria incontida por saber que iria "comungar
definitivamente com Cristo Jesus". As "Irmãs Mínimas de Nossa Senhora
das Dores", suas herdeiras espirituais, tornaram-se uma luz para a
comunidade da cidade, levando, com humildade de coração, a solidariedade na
fome e na sede de justiça, para os mais excluídos.
A figura e o
testemunho de Clélia Barbieri, esta "madre-adolescente", despertam a
admiração, a ternura e o afeto em todos os cristãos que tomam conhecimento de
sua obra. Em 1989, o papa João Paulo II canonizou-a e, no ano seguinte, ele a
proclamou "Padroeira das Catequistas". A igreja da paróquia de Le
Budrie, onde santa Clélia Barbieri está sepultada, recebeu o título de
santuário em 1993.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário