A
Beata Osanna Andreasi nasceu no magnífico palácio de uma nobilíssima família
italiana (sua mãe é uma Gonzaga). Aos cinco anos, enquanto caminhava nas
margens do Pó, ouviu distintamente uma voz clara e firme que lhe diz: "A
vida e a morte consistem em amar a Deus". A criança entra em êxtase e
sente-se levada até o Céu por um esplêndido anjo. Este lhe mostra a hierarquia
do Céu e diz: "Para entrar no Céu é necessário que a Deus muito se ame.
Vê, todas as coisas cantam-lhe a glória e proclamam aos homens: ama-O, ama-O,
Ele a tudo criou para que O amem!"
A
partir dessa experiência, nasce nela um grande desejo de estudar teologia. O
pai se opõe como algo que não é adequado para uma criança. Mas Osanna reza. Em resposta
às suas orações a Nossa Senhora, esta começa a aparecer em pessoa e lhe dar
aulas. Então Osanna aprende latim e adquire um grande conhecimento das
Escrituras Sagradas. Cita de memória até mesmo os comentários dos Padres da
Igreja.
Quando
tinha 14 anos e soube que se estava a preparar a combinação sobre o seu
casamento, foi em segredo até à Igreja dos dominicanos e recebeu o hábito dos
membros da Ordem Terceira de São Domingos. Apresentou-se em casa envergando o hábito
e explicou que tinha efetuado uma promessa e que o teria de usar até ao seu
cumprimento. O seu pai, como cristão piedoso aceitou tal explicação, embora
passados alguns meses começasse a suspeitar das reais intenções da sua filha.
Avisou-a de que não a autorizaria a entrar num convento nem a levar uma vida
religiosa em casa. Por fim, seu pai se convenceu. Permite que ela dedique sua
vida à teologia, não se case aos quinze anos e use o hábito de terciária
dominicana.
Quando
Osanna tinha 28 anos de idade, recebeu estigmas na sua cabeça, no lado e nos
pés, embora fossem visíveis para terceiros apenas em certos dias da semana
especialmente às sextas-feiras e durante a Semana Santa. Osanna relatou a sua
vida espiritual e experiências místicas ao seu biógrafo e orientador
espiritual, o beneditino Jerônimo de Monte Oliveto.
Ajudava
os pobres e serviu como diretora espiritual de muitas pessoas, gastando grande
parte da fortuna da sua família para auxiliar os mais necessitados. Manifestava
frequentemente a sua repulsa pela decadência e criticava a aristocracia pela
ausência de moralidade. Foi amiga da Beata Columba de Rieti e recebeu apoio
espiritual da Beata Estefânia Quinzani.
Dotada
de dons proféticos, com suas orações protegeu o Duque Francisco na batalha de
Fornovo de 1495, predisse a derrota de César Bórgia e, em 1500, o tão suspirado
nascimento do primeiro filho de Isabel d’Este, Frederico II, “filhinho da
oração”. Falou também de um flagelo que cairia sobre a Itália corrupta,
profetizando o saque de Roma, obra dos Lanzichenecchi, em 1527.
Osanna
faleceu a 18 de junho de 1505. O seu corpo incorrupto encontra-se em exposição
sob o altar de Nossa Senhora do Rosário na Catedral de Mântua, Itália. Essa é a
data que a Igreja celebra em sua memória.
A ''Vida da Beata Osanna''
foi escrita em 1507, pouco depois da sua morte. Fr. Jerônimo juntou traduções
em latim das 24 cartas recebidas de Osanna, acompanhadas de documentos
certificando a sua autenticidade. A biografia tem um caráter de relatório
detalhado das suas conversas com Osanna.
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