Próspero da Aquitânia ou também conhecido como Próspero Tiro, nasceu
por volta de 390. Foi um escritor cristão e discípulo de Agostinho de Hipona.
Próspero
era natural da Aquitânia e parece ter sido educado em Marselha. Em 431 ele
apareceu em Roma para entrevistar o Papa Celestino I sobre os ensinamentos de
Agostinho; não há nenhum traço dele até 440, o primeiro ano do pontificado do Papa
Leão I, que tinha estado na Gália, onde deve ter encontrado Próspero. De
qualquer forma, Próspero logo estava em Roma, ligado ao papa em alguma posição
de secretário. Genádio de Marselha repete o que diz a tradição de que Próspero
ditou as famosas cartas de Leão I contra Eutyches.
As
suas obras são quase as únicas fontes de informação sobre ele próprio. Escrevia
tanto em verso como em prosa. Por causa do poema "De um esposo a sua mulher", atribuído à sua autoria, chegou-se
a supor que ele pudesse ter sido casado. Porém é certo que ele nunca se ordenou
sacerdote, embora tenha vivido no mosteiro de Marselha, desde 426. Até morrer,
manteve-se apenas um monge leigo. Também não foi mártir e nem patrocinou
prodígio algum. Entretanto a Igreja o venera como "Professor da Fé".
Próspero,
desde o seu ingresso no mosteiro, tomou parte ativa na luta contra os erros
doutrinais divulgados por Pelágio, que os monges marselheses se interessavam em
sua propagação. Próspero defendeu e trabalhou pessoalmente com Agostinho, pois
tinha o mesmo entendimento que ele sobre a graça divina. Por isso contou a
Agostinho que os "marselheses" eram-lhe os novos opositores
doutrinais. Instigado, Agostinho escreveu aquela que foi a sua maior obra:
"Da predestinação dos santos e dom
da perseverança". Agostinho morreu logo após, em 430.
Mas
nem mesmo após sua morte as críticas dos "marselheses" à sua doutrina
atenuaram. Por isso, um ano depois, Próspero decidiu ir a Roma para pedir a intervenção
do papa Celestino I que mandou uma carta aos bispos da França para que
acabassem de vez com as críticas ao grande mestre e doutor da Igreja,
Agostinho.
Só
então Próspero transferiu-se para Roma, em 435, onde continuou com suas obras.
Escreveu um comentário sobre os salmos e, principalmente, sobre seu mestre
Agostinho, assentando-lhe a doutrina e corrigindo certos exageros encontrados
nos seus textos. Próspero captava com facilidade o pensamento muitas vezes
obscuro de Agostinho, devido à sua apurada educação literária e filosófica. Ele
próprio se tornou um teólogo de rara grandeza para a Igreja.
A
partir de 440, Próspero foi convocado pelo papa Leão Magno para ser seu
secretário, exercendo a função até depois de 463, quando faleceu. Deixou um
grande número de escritos teológicos eclesiásticos, sempre em resposta às
diversas calúnias e objeções à rígida doutrina de Agostinho. Aliás, o conteúdo
era tão apurado e preciso que continuaram convencendo também os outros
pontífices que se sucederam em Roma durante séculos.
Próspero de Aquitânia
só foi canonizado no século VIII, por isso foi inserido erroneamente no
Martirológio Romano por César Baronio, que o confundiu com o bispo de Régio
Emilia, seu homônimo, que foi martirizado pela fé no século VIII. Motivo pelo
qual os dois santos recebem as homenagens litúrgicas no mesmo dia, 25 de junho.
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