quinta-feira, 25 de junho de 2015

São Próspero de Aquitânia

Próspero da Aquitânia ou também conhecido como Próspero Tiro, nasceu por volta de 390. Foi um escritor cristão e discípulo de Agostinho de Hipona.

Próspero era natural da Aquitânia e parece ter sido educado em Marselha. Em 431 ele apareceu em Roma para entrevistar o Papa Celestino I sobre os ensinamentos de Agostinho; não há nenhum traço dele até 440, o primeiro ano do pontificado do Papa Leão I, que tinha estado na Gália, onde deve ter encontrado Próspero. De qualquer forma, Próspero logo estava em Roma, ligado ao papa em alguma posição de secretário. Genádio de Marselha repete o que diz a tradição de que Próspero ditou as famosas cartas de Leão I contra Eutyches.

As suas obras são quase as únicas fontes de informação sobre ele próprio. Escrevia tanto em verso como em prosa. Por causa do poema "De um esposo a sua mulher", atribuído à sua autoria, chegou-se a supor que ele pudesse ter sido casado. Porém é certo que ele nunca se ordenou sacerdote, embora tenha vivido no mosteiro de Marselha, desde 426. Até morrer, manteve-se apenas um monge leigo. Também não foi mártir e nem patrocinou prodígio algum. Entretanto a Igreja o venera como "Professor da Fé".

Próspero, desde o seu ingresso no mosteiro, tomou parte ativa na luta contra os erros doutrinais divulgados por Pelágio, que os monges marselheses se interessavam em sua propagação. Próspero defendeu e trabalhou pessoalmente com Agostinho, pois tinha o mesmo entendimento que ele sobre a graça divina. Por isso contou a Agostinho que os "marselheses" eram-lhe os novos opositores doutrinais. Instigado, Agostinho escreveu aquela que foi a sua maior obra: "Da predestinação dos santos e dom da perseverança". Agostinho morreu logo após, em 430.

Mas nem mesmo após sua morte as críticas dos "marselheses" à sua doutrina atenuaram. Por isso, um ano depois, Próspero decidiu ir a Roma para pedir a intervenção do papa Celestino I que mandou uma carta aos bispos da França para que acabassem de vez com as críticas ao grande mestre e doutor da Igreja, Agostinho.

Só então Próspero transferiu-se para Roma, em 435, onde continuou com suas obras. Escreveu um comentário sobre os salmos e, principalmente, sobre seu mestre Agostinho, assentando-lhe a doutrina e corrigindo certos exageros encontrados nos seus textos. Próspero captava com facilidade o pensamento muitas vezes obscuro de Agostinho, devido à sua apurada educação literária e filosófica. Ele próprio se tornou um teólogo de rara grandeza para a Igreja.

A partir de 440, Próspero foi convocado pelo papa Leão Magno para ser seu secretário, exercendo a função até depois de 463, quando faleceu. Deixou um grande número de escritos teológicos eclesiásticos, sempre em resposta às diversas calúnias e objeções à rígida doutrina de Agostinho. Aliás, o conteúdo era tão apurado e preciso que continuaram convencendo também os outros pontífices que se sucederam em Roma durante séculos.

Próspero de Aquitânia só foi canonizado no século VIII, por isso foi inserido erroneamente no Martirológio Romano por César Baronio, que o confundiu com o bispo de Régio Emilia, seu homônimo, que foi martirizado pela fé no século VIII. Motivo pelo qual os dois santos recebem as homenagens litúrgicas no mesmo dia, 25 de junho.


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