segunda-feira, 15 de junho de 2015

Santa Germana de Pibrac

Germana Cousin foi a última filha de Lourenço Cousin, pequeno e honrado proprietário agrícola de Pibrac, e de sua terceira esposa, Maria Laroche, mulher piedosa e de saúde frágil. Mestre Lourenço chegou a ser prefeito de Pibrac em 1573 e em 1574.
A data de nascimento de Germana não é precisa, mas ela provavelmente veio ao mundo no ano de 1579. Talvez devido a avançada idade dos pais, ela nasceu com um corpo débil e repleto de escrófulas, além de uma deformação na mão direita. Não chegou a conhecer a mãe, que faleceu pouco tempo depois de seu nascimento. Por volta de dois anos após seu nascimento, perdeu também o pai.
Hugo, seu irmão mais velho, filho do primeiro casamento paterno, tornou-se o herdeiro dos bens de Mestre Lourenço e acolheu a pequena órfã. Esse irmão era casado com Armanda Rajols, uma mulher de péssimo caráter, que não poupava maus tratos à pequena. Dava-lhe pouco alimento e pouco zelava por sua saúde, deixando-a aos cuidados de uma criada, Joana Aubian. Essa boa mulher tratava das feridas da criança, dividia com ela a comida e a cama.
Mais tarde, Germana foi obrigada a dormir no celeiro. Seu leito era de palhas e de ramagem de vinhedo; o único aquecimento nas noites frias de inverno eram as ovelhas que ali dormiam também. No verão ela ficava alojada num pequeno compartimento sob a escada da casa. Ninguém na família parecia notar sua inteligência. Não lhe ensinaram a ler e a escrever, nem mesmo a fazer os trabalhos domésticos.
Quando Germana completou nove anos, Armanda achou que ela já estava na idade de poder prestar algum serviço: encarregou-a do pastoreio do rebanho da família. Era também uma forma de mantê-la longe da vista, pois ela passaria o dia todo com o rebanho nas pastagens à margem do rio Courbet.
A França enfrentava então uma guerra de religião entre católicos e protestantes franceses. O conflito se estendeu pelos séculos XVI e XVII. Havia saques e conflitos por toda parte.
Germana enfrentava uma situação difícil dentro e fora de casa, pois horríveis sacrilégios eram cometidos pelos hereges nas igrejas da vizinhança. Ela rezava, fazia sacrifícios em reparação, confiava em Deus e em Nossa Senhora.
Frequentando a igreja paroquial de Pibrac, o zeloso Pároco viu naquela criança inocente uma alma escolhida por Deus. Graças àquele virtuoso sacerdote, Germana conseguiu ter uma boa instrução religiosa que aprimorou os primeiros ensinamentos dados por sua boa ama que cuidou dela nos primeiros anos de vida.
Correspondendo às graças que recebia, Germana cumpria à risca os deveres de estado. Mostrava-se em tudo um modelo de simplicidade, modéstia, doçura e paciência. Revelou-se uma ótima catequista. Ensinava doutrina às crianças pobres, que ouviam atentas suas histórias. Vivendo ela mesma apenas de pão e água, com freqüência levava pão para as crianças e os pobres, pois era grande a miséria causada pela guerra civil.
Santa Germana tinha um amor ardente pela Sagrada Eucaristia, que recebia com freqüência, e uma devoção especial pela Santa Missa, que assistia diariamente.
Numa noite de junho de 1601, um sacerdote da diocese de Auch, que seguia de viagem para Toulose, e dois religiosos que tinham encontrado asilo nas ruínas de um antigo castelo próximo de Pibrac, afirmaram que em meio à noite foram despertados pelo som de uma música maravilhosa. Eles olharam ao redor, e viram o céu iluminar-se e um cortejo celeste de virgens descer sobre uma casa rural das redondezas de Pibrac. Em seguida, o mesmo cortejo subiu para o céu acompanhado de uma jovem vestida de luz e coroada de flores silvestres. Ao amanhecer, eles narraram o fato aos moradores do povoado. Estes lhes disseram que se tratava da casa onde morava a pobre pastora Germana Cousin.
Naquela manhã de verão, percebendo que ela não se levantara no horário costumeiro, seu irmão foi chamá-la. Ele encontrou-a morta. Santa Germana morreu sozinha, deitada sobre sua cama de palhas debaixo do vão da escada.. Ela morrera sem ruído, sozinha, tal como havia vivido.
Seu corpo foi sepultado na Igreja de Santa Madalena e tudo parecia esquecido... O tempo passou e a população esquecera quem tinha sido aquela pobre menina e tudo que lhe acontecera.
Numa fria manhã de dezembro de 1644, Guilherme Cassé, coveiro e sineiro da igreja de Pibrac, pequena cidade francesa, e seu ajudante, Gaillard Baron, iniciaram os trabalhos de escavação de um túmulo para enterrar uma defunta.
Eles golpeavam o solo diante do altar, quando estarrecidos descobrem o corpo de uma jovem de uns vinte anos, conservado em sua mortalha um tanto escurecida. O corpo parecia ter sido colocado no túmulo há poucos dias. A jovem apresentava cicatrizes no pescoço e sua mão direita era deformada. Quem seria aquela jovem? Após se acalmarem, levaram o caso ao conhecimento do Pároco e de seu assistente, que não souberam identificar o cadáver.
A notícia rapidamente se espalhou pela pequena Pibrac. Dois anciãos, Pedro Pailhès e Joana Salères, reconheceram-na como sendo Germana Cousin, falecida em 1601. O corpo foi instalado num caixão perto do púlpito da igreja paroquial, e o povo, que a tinha como santa, logo afluiu para contemplá-la. Alguns desaprovavam do corpo permanecer ali.
Em janeiro de 1845, os documentos que compunham o processo de beatificação foram entregues. Eles atestavam mais de 400 milagres ou graças extraordinárias, além de 30 cartas de Bispos e Arcebispos da França, dirigidas a Santa Sé, pedindo a beatificação de Germana.
Gregório XVI assinou a aprovação dos trabalhos da Comissão apostólica. Mas, foi o Beato Pio IX quem proclamou, no dia 7 de maio de 1854, a beatificação de Germana. E em 29 de junho de 1867, foi ele quem a colocou entre as virgens santas.
Sua festa é comemorada dia 15 de junho.


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Um comentário:

  1. Boa noite

    Como posso fazer para ganhar uma relíquia de terceiro grau de Santa Germana de Pibrac - meu endereço para contato é: 1padrejacób@gmail.com OBRIGADO

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