A
Igreja sofreu, no início dos tempos, perseguições por parte dos imperadores. E
era, ao mesmo tempo, dilacerada pelas heresias que proliferavam por todas as
partes, que ameaçavam sua unidade na fé.
Os
cristãos das comunidades cristãs de Viena e Lyon foram barbaramente atingidos
por uma dessas perseguições. Ela foi decretada pelo imperador Marco Aurélio e
atingiu o auge de sua violência em 177, quando chegou à diocese de Lyon, na
França.
Os
sobreviventes dessa comunidade, cuja maioria procedia da Ásia Menor dirigiram
aos cristãos de lá uma circular relatando em detalhes tudo o que aconteceu e
como muitos deles foram martirizados numa das mais terríveis matanças da
história do cristianismo.
Perseguidos
nas casas, nas praças e banhos públicos, os cristãos começaram a ser agredidos
e encarcerados. Submetidos a julgamentos em praças públicas, eram condenados à
morte. Algumas mortes foram imediatas, para acabar com a liderança. Mas muitos
cristãos foram reservados aos espetáculos no anfiteatro, como ocorreu com
Atílio.
Ele
era um jovem diácono, pouco mais de quatorze anos. Sua família era de nobres da
região do Lazio, na Itália. Aliás, o nome Atílio é o diminutivo de Átalo,
originário do sabino antigo, muito freqüente na localidade.
Segundo
consta, o presidente do tribunal decidiu reservar o jovem Atílio para ser
julgado por último. Queria que ele renegasse a fé, servindo-lhe de troféu para
ser enviado ao imperador. Por isso o suplício de Atílio foi longo. Ele teve de assistir a tudo,
até quando o seu bispo, Fotino, já ancião, foi agredido e agonizou por dois
dias até morrer, mas sem renegar a Cristo.
Depois, Atílio presenciou,
no Circo, o martírio de outros companheiros, que foram açoitados com varas e
depois entregues às feras. Foram quarenta e oito mártires, que morreram em dias
diferentes. Até que, finalmente, no dia 28 de junho, ele também foi sentenciado
à morte, porque não renegou a fé cristã.
Atílio
morreu queimado sentado numa cadeira de ferro colocada no centro do Circo, num
bárbaro espetáculo pagão. Durante a noite, cristãos ainda sobreviventes
conseguiam recolher partes dos corpos que restavam e os enterravam secretamente,
como fizeram com aquelas do jovem diácono Atílio.
Passada
a perseguição, todos foram recolhidos e enterrados naquela que seria, mais
tarde, a catedral de Lyon. O culto desses mártires começou logo após, numa
solenidade grandiosa que se chamou "festa das Maravilhas".
Com a reforma do
Martirológio Romano, os mártires cuja identificação era precisa receberam
celebração individual. No caso de santo Atílio, ele é festejado no dia 28 de
junho.
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