Juliana
nasceu em Florença no ano de 1270. Era filha única do já idoso casal Caríssimo
e Ricordata, da riquíssima disnatia dos Falconieri. De grande tradição na
aristocracia, bem como no clero, a família contribuiu ao longo do tempo com
muitos santos venerados nos altares da Igreja. Ela era sobrinha de santo Aleixo
Falconieri, um dos sete fundadores da Ordem dos Servos de Maria, e como ele
também trilhou o caminho para a santidade.
Ainda
criança, vivia com o coração dedicado às virtudes, longe das ambições terrenas
e das vaidades. Junto com algumas amigas, em vez das brincadeiras típicas da
idade, preferia cantar e rezar para o Menino Jesus e a Virgem Maria.
Atraída
pela santidade de vida dos primeiros frades Servos de Maria, consagrou-se a
Deus, entregando-se à contemplação, à penitência e às obras de misericórdia.
Fazia parte de um grupo de jovens que, embora vivendo em suas casas, usavam o
hábito e viviam segundo o estilo de vida desses primeiros frades.
Essas
jovens se organizaram de tal forma que logo optaram por ter sua própria
instituição. Com inspiração em regras escritas por Juliana, fundaram a
Congregação das Servas de Maria, também chamadas de "Mantellate", numa
referência ao hábito que vestem. Ordem que obteve a aprovação canônica em 1304.
A
dedicação de Juliana foi tão radical ao trabalho junto aos pobres e doentes, às
orações contemplativas e às severas penitências que acabou por adoecer. Mesmo
assim, continuou dormindo no chão e fazendo os jejuns a que se tinha proposto.
Por isso os problemas estomacais surgiram, passaram a ser freqüentes e depois
se tornaram crônicos, padecendo de fortes dores.
Apesar
disso, não diminuiu as penitências, nem mesmo o trabalho com seus pobres e
doentes abandonados. Aos setenta anos, o problema gástrico era tão grave que
não conseguia manter nenhum alimento no estômago. Nem mesmo a hóstia.
Ela
foi autorizada a receber a hóstia, depositando-a no peito, sobre seu coração. O
padre fez uma oração para "santificar a alma da doente" contato com o
corpo de Cristo. A hóstia desapareceu e Juliana morreu, em 19 de junho de 1341.
Ao
prepararem o corpo para ser sepultado, as irmãs constataram no seu peito uma mancha
roxa, como se fosse uma hóstia impressa na sua carne, tendo no centro a imagem
de Jesus crucificado. Em memória desse milagre, as irmãs "Mantellate"
trazem sobre o lado esquerdo do escapulário a imagem de uma hóstia.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário