Onofre
foi um eremita que viveu no Egito no final do século IV e início do século V.
Ele foi encontrado por um abade chamado Pafúncio. Acostumado a fazer visitas a
alguns eremitas na região de Tebaida, esse abade empreendeu sua peregrinação a
fim de descobrir se também seria chamado a vivê-la.
Pafúncio
perambulou no deserto durante vinte dias, quando, totalmente exaustos e sem
forças, caiu ao chão. Nesse instante, viu aparecer uma figura que o fez
estremecer: era um homem idoso, de cabelos e barbas que desciam até o chão,
recoberto de pêlos tal qual um animal, usando uma tanga de folhas.
Era
comum os eremitas serem encontrados com tal aspecto, pois viviam sozinhos no
isolamento do deserto e eram vistos apenas pelos anjos. No final, ficavam
despidos porque qualquer vestimenta era difícil de ser encontrada e reposta.
No
primeiro instante, Pafúncio pôs-se a correr, assustado, com aquela figura.
Porém, minutos depois, essa figura o chamou dizendo que nada temesse, pois
também era um ser humano e servo de Deus.
O
abade retornou ao local e os dois passaram a conversar. Onofre disse a Pafúncio
o seu nome e explicou-lhe a sua verdadeira história. Era monge em um mosteiro,
mas sentira-se chamado à vida solitária. Resolveu seguir para o deserto e levar
a vida de eremita, a exemplo de são João Batista e do profeta Elias, vivendo
apenas de ervas e do pouco alimento que encontrasse.
Onofre
falou sobre a fome e a sede que sentira e também sobre o conforto que Deus lhe
dera alimentando-o com os frutos de uma tamareira que ficava próxima da gruta
que era sua moradia. Em seguida, conduziu Pafúncio a tal gruta, onde
conversaram sobre as coisas celestes até o pôr-do-sol, quando apareceu,
repentinamente, diante dos dois, um pouco de pão e água que os revigorou.
Pafúncio
falou a ele sobre seu desejo de tornar-se um eremita. Mas Onofre disse que não
era essa a vontade de Deus, que o tinha enviado para assistir-lhe a morte.
Depois, deveria retornar e contar a todos sua vida e o que presenciara.
Pafúncio ficou, e assistiu quando um anjo deu a eucaristia a Onofre antes da
morte, no dia 12 de junho.
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